January 26, 2008

O essencial é invisível para os olhos


O gracejo do ser humano nao esta somente em entender o proximo pelas atitudes, mas entender o porque de tal atitude.


Quando angustiado, o que aflinge...

Quando bravo, o que o irrita...

Quando chora, o que o magoas...

Quando quieto, o que o cala...

Quando falante, o que lhe deixa nervoso...

Quando acelerado, o que anseia...

Quando pensativo, o que o prende...

Quando feliz, o que o alegra...


Fico enojada com quem julga somente com o que os olhos veem.

Inocente ignorancia que quem nao sabe que "o essencial eh invisivel para os olhos"... inocente ignorancia que chega ao coracao daqueles que sentem-se superiores porque fala mais alto e porque fala mais de quem esta ao seu lado.. inocente ignorancia de quem aparece mais do que os outros....


Simples e inocente ignorancia.


Se um dia te feri assim, perdao. Perdao com meu coracao, nao foi minha intencao... foi somente minha inocente ignorancia... que nao me chegou a coracao.


Em um ano eu aprendi alem disso... incrivel.



O Pequeno Príncipe


Antoine de Saint-Exupéry


(...)
XXI
E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

January 17, 2008

Deixe eu brincar de ser feliz...




"Vim parar nesta cidade por forca da circunstancia, sou assim desde crianca.."




Opcao.

Quais as opcoes q eu fiz e nao fiz na minha vida das quais definiriam o que seria de mim?

Nao escolhi nascer nem a familia, mas nasci com saude e em uma familia linda. Grata sou por isso.

Nao escolhi a educacao a receber nem em qual escola estudar. Porem sempre recebi a melhor educacao da minha familia e sempre estudei em boas escolas.

Nao escolhi com o que brincaria, nem meus amigos. Porem ganhei brinquedos incriveis, e amigos fantasticos.

Nao escolhi nascer em um lar evangelico, mas escolhi ser evangelica. E sou feliz por isto.

Cresci.

Escolhi minha profissao, algumas vezes escolhi onde trabalhar, outras fui escolhida. Passei tambem a escolher a roupas que vestiria, os amigos que eu acompanharia. Decidi ter um outro comportamento, do qual me fizesse mais feliz.

Nao por escolha, mudei de casa. Com isso cresci absurdo! Conheci mais quem tava do meu lado, que por relapso, eu nao explorava o amor e carinho delas.

Fiz tudo que eu poderia fazer por cada um que amo.

Segurei mais firme na mao de cada um, abracei mais forte, dei um beijo mais demorado com mais carinho, olhei nos olhos, ouvi com os ouvidos e com o coracao (e nao somente ouvir por ouvir).

Amei. Amei muito!

Fiquei mais amiga de mim mesmo!
Conheci uma pessoa que se escondia sob uma rebeldia sem causa, que falava alto e fazia da sua propria voz mais alta que as ideias. Aprendi a escutar delicadamente quem fala e quem esta quieto (o silencio fala por si algumas vezes). Aprendi a esperar, nao ser muito ansiosa (a minha gastrite era relacionado a ansiedade! passou...). Aprendi a nao discutir, a nao brigar tanto, esperar meu momento de mostrar o que eu penso, o que eu defendo, porque concordo, porque discordo...

Aprendi que eu sou responsavel pelo que cativo e tambem pelo que nao cativo. Deixar de lado nao eh solucao...

Ate chorar menos eu consegui (mesmo depois das crises interminaveis).

Aprecio o ceu azul, a brisa no meu rosto e um gesto delicado de um amigo.

Escolhi cortar o cabelo e mudar o visual, achando que mudaria minha vida. Mas o que mudou mesmo foi quando decidi esquecer a vaidade, deixar de lado minhas manias e partir pra uma aventura nova que me desse credibilidade, que me proporcionasse alegria, conhecimento, cultura... emfim, que me fizesse um ser humano melhor, feliz...

Nao ando sozinha, porque os amigos que escolhi sao fieis. Nao choro de tristeza, talvez de saudade, porque bem sei que minha familia olha pra mim e orgulha-se de mim.

Agora que eu consigo fazer boas escolhas "by myself", nao me impeca de ser feliz.

January 16, 2008

Para todos aqueles que chamo AMIGOS...

... especialmente para as meninas que me ensinaram a ser feliz! =D

Louco e Santo!

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."


Oscar Wilde


(thanks pelo txt, Veronica!)